quinta-feira, 9 de junho de 2011

GaGa e a Sexualidade



A bissexualidade consiste em atração física e emocional por pessoas tanto do mesmo sexo quanto do oposto – ou seja, um bissexual adulto normalmente tem relacionamentos, curtos ou não, com pessoas de ambos os sexos e envolve relações sexuais.  GaGa declarou ser bissexual quando começou a ganhar notoriedade no cenário da música pop mas deixava claro nas entrevistas que nunca se envolveu emocionalmente com uma mulher. E, ainda, não existe qualquer relato de conhecidos de GaGa antes ou depois da fama de que ela se envolveu com alguma mulher. Ela já foi vista com namorados como Speedy (2008-2009) e Lüc Carl (namorado dela antes da fama e, depois de alguns anos, reataram o relacionamento). Em resumo, muito provavelmente Lady GaGa não é bissexual. 

Depois do lançamento do The Fame Monster – um álbum que é, de certo modo, algo um pouco mais íntimo e verdadeiro que o anterior The Fame, nota-se que ela não toca tanto no assunto da sua bissexualidade e, quando isso ocorre, ela reluta em responder. “Quando eu me declarei bi, as pessoas achavam que eu usava a minha sexualidade para marketing. Então, eu simplesmente parei de falar disso”, ela alegou.  A) Depois que a desgraça foi feita, do que adianta? Ela falar ou não já não faz mais diferença, mesmo ela fazendo cu-doce pra falar disso.  B) cantores como Elton John, David Bowie, Beth Ditto, Freddie Mercury, Boy George e muitos outros já declaram a sua homo/bissexualidade há muitos anos e nunca se recusaram a admitir isso. 

Entretanto, há os que não gostam de falar da orientação sexual pois acreditam que isso atrapalhe o foco, que é a música. Aparentemente, GaGa agora também assume essa posição. Um grande exemplo é o cantor Mika (de “We Are Golden” e “Grace Kelly”), conhecido e bastante admirado por GaGa.  A grande diferença entre Mika e GaGa é que ele NUNCA falou de sua opção sexual, nem no começo da carreira e nem hoje em dia.  Gaga, por sua vez, entrou neste assunto em todas as entrevistas possíveis na época do The Fame e hoje em dia, evita o assunto, muito provavelmente para esconder sua provável heterossexualidade. 



Declarar-se homossexual e não sê-lo foi uma estratégia marketeira adotada por Madonna no fim da década de 80 e no início da década de 90. Ela notou que boa parte de seu público, em grande parte, era gay ou bi, então ela concluiu que isso a popularizaria mais – além de que, na época, isso ainda era chocante e o propósito de Madonna era exatamente esse: chocar. Recentemente, seu irmão, Christopher Ciccone comentou que nunca soube de nenhum relacionamento de Madonna com nenhuma outra mulher, embora era costumasse dar selinhos ou flertar com elas (o que não a torna bissexual). 

A imagem de garota sexual selvagem poderosa e feminista adotada por Gaga no The Fame foi claramente inspirada em Madonna. A diferença é que, na década de 80/90, isso era um choque ENORME para a sociedade conservadora americana. Ninguém no mainstream nunca ousou em simular masturbação em um show ao vivo como Madonna fez nas turnês The Blonde Ambition e The Girlie Show – era algo de extrema ousadia. Anos depois, surgiram as loiras usando essa imagem de mulher sensual, mas ainda assim não era do mesmo jeito. Por mais que Britney ou Aguilera tivessem seus dançarinos segurando seus peitos com seus collants apertados, nenhuma delas simulou sexo ou masturbação em algum show ou performance em TV (como Madonna fez cantando “Like a Virgin”, no início da década de 80, no primeiro VMA. Ela saia de um bolo, vestida de noiva e começou a rolar pelo chão se tocando, como se tivesse se masturbando). Gaga usou essa mesma imagem que Madonna criou em torno de si e aplicou na atualidade. A diferença é que as pessoas já estavam mais preparadas para esse tipo de atitude do que antes. Era uma atitude diferente, se compararmos com as cantoras que estavam fazendo sucesso no momento, mas não é original. 

Outra coisa interessante é que, inicialmente, GaGa dizia que costumava se vestir de maneira bastante ousada e sexy na época do colégio, com roupas rasgadas e maquiagem e forte e que por isso sofria bullying. [o próximo post será sobre Bullying que Gaga diz que “sofreu” na adolescência].  

OBSERVAÇÃO: Não tenho NADA, absolutamente NADA contra a comunidade GBLT, muito pelo contrário. Tenho muitos amigos que são gays – de verdade, não por modinha – assim como heteros e trato todos eles da forma mais igualitária possível. Temos que admitir que desde que nascemos, muitos de nós fomos bombardeados por informações e atitudes homofóbicas e, querendo ou não, temos preconceitos guardados dentro de nós. Mas ser pessoas boas e dignas não é necessariamente não ter preconceitos – até porque isso é praticamente impossível - mas ser racional o suficiente para nos livrar de todos eles. Lady GaGa, de fato, luta pela causa gay, mas eu vejo muito marketing na atitude dela. Ela não é homofóbica – tenho certeza disso – mas ela não “luta” por essa causa tão honestamente como Elton John o faz, por exemplo.  

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